Soneto do Tempo


Como se pudéssemos matar o tempo
sem ferir a eternidade!
Henry Thoreau



Como brisa que passa ligeira,
Também o tempo, ligeiro, se vai
E a nossa lembrança fagueira
Doutros tempos, com o tempo se esvai;

É que a roda do tempo é constante
E o relógio do tempo não pára,
Traz para uns momentos vibrantes
E pra outros, lamentos cortantes.

Que fazes do teu tempo?
Já pensaste em fazê-lo render?
Pois se ficas parado no tempo,

Muito tempo estás a perder.
Usa, pois, o teu tempo buscando
Dar amor, para amor receber.