A Lua e o Poeta


Oh ! branca lua
De luz suave que flutua,
Tão singela, lá do alto

Sobre a serra;
És a rainha da noite,
És o exílio da terra.

Quanto canto solitário,
Quanta queixa em rosário
Quanto suspiro e delírio!

De casais apaixonados
Que, pensando estar isolados,
Quase esqueceram de ti!

E hoje, de alma leve e lavada,
Lá no riacho da dor,
Volto aqui à minha janela,

Esperando o teu retorno
Pra dizer-te, ó minha bela!
Que ouviste os meus ais

Que já se foram
E não voltam mais,
Que agora livre e feliz

Por te olhar
E ser esteta,
Não choro mais...
Virei poeta!